Campo agro-ecológico Ziguinchor - Niaguis: Agricultores partilham técnicas agrícolas
As técnicas agrícolas são o foco de um acampamento agro-ecológico de uma semana no centro agro-ecológico de Niaguis. Faz parte da quarta edição desta atividade organizada pelo movimento pan-africano "Nous sommes la solution" (Nss). Por Khady SONKO -
Um campo de agro-ecologia começou na segunda-feira no centro de agro-ecologia de Niaguis. Esta 4ª edição do campo, que terá a duração de uma semana, centra-se nas técnicas hortícolas. 65 participantes, incluindo dirigentes, técnicos e animadores de associações membros do movimento pan-africano "Nous sommes la solution" (Nss), de oito países e catorze associações, estão a participar no campo. O objetivo é reforçar as capacidades dos participantes em matéria de práticas agro-ecológicas.
"A soberania alimentar não pode ser alcançada sem a promoção de práticas agro-ecológicas baseadas nos nossos conhecimentos e saberes camponeses", afirma a Presidente da Nss. Segundo Mariama Sonko, "é isso que nos permitirá ser autónomos e desenvolver os nossos valores tradicionais, nos quais encontramos a nossa identidade".
"Se o Estado quer realmente a soberania alimentar, deve apoiar-nos, porque há iniciativas e associações que trabalham para promover a agro-ecologia. Esta prática permitir-nos-á avançar para a autonomia financeira, de sementes e ambiental", defendeu Sonko. Na sua opinião, a agro-ecologia há muito que apoia a soberania alimentar em África, ao contrário da agricultura convencional, que "se baseia em substâncias nocivas para o nosso ecossistema. Todas estas alterações climáticas são causadas por práticas agrícolas convencionais. Dizem-nos que esta agricultura convencional nos vai tirar da pobreza, mas somos mais pobres do que os nossos antepassados que praticavam a agricultura agro-ecológica e estamos mais doentes do que eles", explicou Mariama Sonko.
Voltando ao tema da quarta edição, o Presidente da Nss acredita que existe uma cacofonia de técnicas agrícolas que precisa de ser corrigida. "As pessoas não dominam as técnicas de cultivo que nos podem permitir preservar o nosso ecossistema e rentabilizar a nossa produção. Chegou o momento de partilhar as técnicas de cultivo hortícola com as partes interessadas", sublinhou Mariama Sonko.
Para o coordenador do Fundo Africano para a Agroecologia, que é parceiro técnico e financeiro da Nss, é importante apoiar iniciativas como este movimento, que mostram o que é possível se apoiarmos iniciativas de agroecologia. "A nossa ambição, através dos nossos fundos regionais, é financiar os membros do movimento. Não se pode ter uma rede forte se as capacidades dos membros não forem reforçadas", afirmou Tabara Ndiaye. Ela reafirmou o compromisso do Fundo Africano para a Agroecologia em apoiar iniciativas como a Nss, mobilizando recursos e atraindo outros doadores para o movimento.
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